Somos feitos para o céu, para a vida eterna, para viver para sempre em Jesus Cristo ressuscitado. A Igreja reza e agradece pela vida sacerdotal do Pe. Jorge. Ele recebe do Senhor o que em vida anunciou em tantas ocasiões celebrativas. Anunciou e proclamou a fé na vida eterna. Anunciou e proclamou a vida nova em Jesus Cristo. Ele viveu e creu nas promessas de Jesus.
Gratidão a Deus pelo tempo que o Pe. Jorge esteve conosco. Ele passou pelo mundo fazendo o bem e anunciando Jesus Cristo e o Evangelho como “Boa-notícia”. Viveu todo o seu sacerdócio na simplicidade e humildade franciscana. Viveu a pobreza evangélica e eclesial sem acúmulos de bens e seu coração esteve desprendido dos tesouros que perecem. Optou pelo tão somente necessário e o essencial. Teve inteligência suficiente do discernimento da opção feita já no início de sua juventude. Entendeu que o ideário franciscano não combina com enormes bagagens de posse. O que importa é o amor, a paz e bem ao próximo. Por isso, falava com propriedade do Papa Francisco e suas catequeses. Lia-as com interesse particular e quando possível, em sua homilia, fazia questão de citá-las como referência e bússola na vida da Igreja.
Chegou à Diocese, fez-se presbítero diocesano 1994, incardinando-se e seguindo Jesus Cristo pobre, casto e obediente. Colocou-se a serviço da Igreja, com obediência e disponibilidade evangélica, dizendo aos bispos de sua disposição em servir sem condicionamentos ou prerrogativas de ambição pessoal. Serviu e viveu profundamente o seu amor preferencial pela catequese, catequizandos, catequistas e a Escola Diocesana de Catequese. Ministrou aulas com cientificidade e esmero intelectual, com linguagem simples e compreensível aos seus ouvintes. Coordenou a Ação Evangelizadora já com o espírito do Vaticano II e na língua atual da Igreja: “de forma sinodal”. Profundo conhecedor da teologia pastoral e sua aplicabilidade, seja nas catedrais, paróquias e nas pequenas comunidades de fé do interior. Extremante zeloso nas reuniões do clero, semanas teológicas, retiros, reuniões nos Decanatos e, nos últimos tempos, com os alunos da Escola Diaconal São Lourenço. Aberto ao diálogo com seus coirmãos no sacerdócio sobre todos os assuntos sem perder o equilíbrio e capacidade de divergir com respeito e escuta. Um verdadeiro mestre que ensinava com sabedoria e inteligência a fim de que a ignorância não prevalecesse em seus interlocutores e aprendizes. Teve capacidade extraordinária de questionar-se e questionar o que estava ao seu redor; preocupado com a evangelização e missão da diocese.
Disponibilidade para servir
Nas carências de padres e ocasiões alheias à vontade dos bispos, sempre pronto para novos desafios. Assim foi que em 2016, quando aqui cheguei, numa eventual possibilidade da criação da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Flor da Serra do Sul, me confidenciou numa das reuniões do clero que tinha vontade de ser o primeiro pároco daquela comunidade em gestação e assim aconteceu. Fez a diferença pastoral e espiritual junto ao povo de Deus que lhe estava sendo confiado. Fez um propedêutico pelas comunidades, preparando-as para o significado de uma nova paróquia e as responsabilidade de todos os fiéis a partir da criação. Foi um sacerdote que soube envolver e engajar o seu povo na causa do Evangelho, como anúncio e responsabilidade de todos os batizados.
Descanse em paz, padre Shafa! Rogamos a Deus que o acolha em Sua glória e o faça participar da felicidade eterna no Reino dos Céus! Pe. Jorge, sua Igreja Diocesana jamais o esquecerá. Interceda no Céu, sua morada, por novas e permanentes vocações à Igreja que o senhor serviu com tanto amor e alegria!
Dom Edgar Xavier Ertl – Diocese de Palmas-Francisco Beltrão.
